No Itinerário de Antonino constam os primeiros indícios de uma estrutura viária. Ainda na época romana, desenha-se a via veteris, um caminho de ligação entre o Porto e as populações mais a norte, derivando em São Pedro de Rates para a Barca do Lago. Daqui seguia, grosso modo, para o litoral através do território de Esposende e com vínculo posterior a Viana do Castelo. Mais tarde, na época medieval foi itinerário de ligação inter-regional e utilizado, inclusivamente, por viajantes famosos e peregrinos a Santiago de Compostela.
Os Caminhos de Santiago, no concelho de Esposende, estão assim divididos em dois itinerários. O mais antigo e de fundação romana, que provém de São Pedro de Rates, passando junto à Lagoa Negra, em Barqueiros, atravessa essencialmente solo rural visitando alguns pequenos aglomerados populacionais dispersos, até à Barca do Lago, em Fonte Boa, Esposende. Ultrapassa o rio Cávado, seguindo pela encosta da arriba fóssil, sendo ponteado com elementos do património histórico das freguesias, tais como igrejas, capelas e alminhas. A paisagem sobre o atlântico é de uma panorâmica impar, podendo observar-se a imensidão do oceano, e o cordão dunar que desvincula o mar de toda a zona agrícola, onde sobressaem os campos para o cultivo de hortícolas. A divisão do concelho com Viana do Castelo é realizada através da travessia do rio Neiva.
O segundo itinerário, mais recente, segue uma lógica costeira, cruzando espaços com características rurais e estruturas urbanas de áreas antigas, como é o caso da vila de Fão e da cidade de Esposende. Pode-se afirmar que é um traçado com um pé na terra e outro no mar, uma vez que bordeja o litoral, seguindo trilhos com alguma sensibilidade do ponto de vista ambiental e natural, em virtude do atravessamento de parte da área do Parque Natural do Litoral Norte